Uma equipe de engenharia da Universidade de Houston desenvolveu sensores vestíveis para examinar o movimento dos olhos para avaliar distúrbios cerebrais ou danos ao cérebro. Muitas doenças e problemas cerebrais aparecem como sintomas oculares, geralmente antes que outros sintomas apareçam.

Veja, os olhos não são meramente uma janela para a alma, como os poetas diriam. Esses órgãos incrivelmente preciosos também são uma extensão do cérebro e podem fornecer sinais de alerta precoce de distúrbios relacionados ao cérebro e informações sobre o que os causa. Examinar os olhos também pode ajudar a rastrear a progressão e os sintomas de choques físicos e mentais no cérebro.

Pesquisadores dizem que os atuais sistemas de rastreamento ocular têm falhas e fornecem quantidades insuficientes de dados. Além disso, eles são volumosos, com vários eletrodos no rosto e pescoço, caros e têm saídas fracas.

O novo método, desenvolvido no laboratório da UH de Jae-Hyun Ryou, professor associado de engenharia mecânica, com a assistência de Nam-In Kim, pesquisador de pós-doutorado, é não invasivo, confortável e seguro, permitindo medições e monitoramento fáceis e contínuos dos movimentos do globo ocular quando combinado com um visor portátil e um dispositivo de computação.

As tensões de saída dos sensores superiores, médios e inferiores, ou transdutores, em diferentes áreas das têmporas geram padrões de voltagem discerníveis.

" Sensores vestíveis anexáveis à pele para monitorar sinais vitais e parâmetros biomédicos são componentes de grande importância em cuidados de saúde pessoais e sistemas de diagnóstico portáteis", relata Ryou em Advanced Healthcare Materials .

"Entre eles, os sensores piezoelétricos de película fina oferecem vantagens exclusivas de fácil fabricação a baixo custo, uma ampla variedade de tamanhos disponíveis, peso leve, excelente flexibilidade e estabilidade mecânica, rápida taxa de reação, alta sensibilidade, alta relação sinal-ruído e excelente estabilidade e durabilidade a longo prazo."

"Os novos sensores são fáceis de usar e podem ser usados em estudos de relacionamento cérebro-olho para avaliar a integridade funcional do cérebro", disse ele.

Avaliações oftalmológicas de padrões de piscar de olhos têm sido usadas para diagnóstico precoce de distúrbios como derrame, esclerose múltipla, doença de Parkinson e doença de Alzheimer. Além disso, os movimentos oculares estão fortemente ligados a vários distúrbios cerebrais, pois os controles do globo ocular e da pálpebra superior são afetados pela função cerebral.

Em estudos anteriores, a taxa de piscada aberrante e a modulação da piscada foram medidas em crianças com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, com a piscada espontânea sendo uma medida da integridade do sistema dopaminérgico no cérebro. Neurônios motores no cérebro, que se relacionam com os olhos e seus músculos, também foram associados ao autismo.

"Acreditamos que o F-PEMSA pode ser empregado em muitos estudos clínicos sobre condições de distúrbios cerebrais, como TDAH, autismo, doença de Alzheimer e doença de Parkinson, bem como consequências de lesões cerebrais traumáticas, como síndrome pós-concussão e transtorno de estresse pós-traumático , oferecendo potencialmente a perspectiva de diagnósticos precoces e precisos e o desenvolvimento de terapias personalizadas", disse Ryou.